Sempre sonhei em ser
policial. A estabilidade financeira e as oportunidades são incríveis. Porém,
tem certas coisas que ninguém te conta ao entrar nessa vida, como certos casos um
tanto... exóticos ou assustador. Sinceramente, se consideram apenas um caso, então
claramente, quem quer que seja não está fazendo um bom trabalho policial. Para
exercer essa profissão tem que ser corajoso e um tanto sombrio. Você não lida
com finais felizes, você lida com a verdade dura e fria. Claro, de vez em quando,
você terá um caso fácil, como um garoto desaparecido que por acaso está na casa
de um amigo ou uma discussão que acabou de forma ruim onde você tem que ir lá e acalmar os ânimos. Mas, gostando ou não, todos vão para casa com um sorriso no rosto ou pelo menos algo
do tipo.
Porém, isso não acontece
sempre. Algo que você aprende rapidamente com este trabalho é o que todos somos
diferentes. Cada pessoa leva você para um caminho totalmente único e cheio de
seus próprios desafios, fazendo você tentar entender com quem está
lidando. O problema é que na maioria das vezes, você nunca consegue. Mesmo se
você "resolver" um caso, acaba abrindo portas que nunca podem ser fechadas,
e assim, você fica envolvido com a vida de pessoas que vão além de uma data de
tribunal. Com alguém que não deixa de morrer depois de ser julgado culpado ou uma mulher que não para de chorar depois que seu agressor é sentenciado e uma pessoa que não é encontrada só porque você passou para outro caso.
No final do dia, se
você não pode lidar com ser assombrado pelo que eventualmente vai ser um
inferno de muito além de um só caso, então este não é o trabalho para você.
Dito isso, quando o caso de uma garota desaparecida foi jogado na minha mesa numa
tarde chuvosa de agosto, eu estava pensando seriamente em não o tornar uma
prioridade.
- Não ignore essa, Cesar.
A detetive Muniz foi dura comigo desde o primeiro dia. Eu nem sei bem como começou nossa
"rivalidade", mas desde o primeiro momento em que conversamos, eu sabia que ela tinha a necessidade de parecer durona.
Naturalmente, sendo alguém que gosta de mandar nas pessoas, decidiu me pressionar ainda mais. Mas, desta vez eu sabia que não era nenhuma brincadeira
ou joguinho de poder.
- O chefe quer você
neste caso imediatamente. Ele disse que se você não adiantar com isso ele vai
vir para mim, o que significa que eu vou para você.
Olhei para os papéis em
cima da minha mesa e comecei a coçando minha barba enquanto eu lia.
- Criança
desaparecida? Merda, tá certo. Entendo por que ele me quer nisso. Mas, por que
diabos ele acha que tenho tempo de ser babá?
Ela deu de ombros.
- Não tenho certeza. O
chefe só está muito sério sobre esse caso.
Quando comecei a olhar
os documentos, rapidamente percebi que não havia muito o que fazer. Carol Dias era uma típica garota de 15 anos. Pelo que vi, não tinha quase nada e esse era
o problema. Tudo o que realmente tínhamos eram algumas entrevistas com alguns
conhecidos e os depoimentos da família. Isso era estranho. Por que uma garota
que tinha rotina chata simplesmente desapareceria? Ela não parecia o tipo de
garota que iria fugir por conta própria. Tudo o que sabíamos sobre ela ou
estava errado ou ela havia sido levada.
Eu não tinha muita
coisa para trabalhar, mas resumir o desaparecimento em um desses cenários, adiantou o meu trabalho e no dia seguinte, eu planejei alguma
coisa.
Já podia sentir a determinação
enchendo o meu corpo. Então tomei um gole do café frio que estava perto do meu
computador. Quando comecei a escrever, senti furiosamente a inspiração tomar
conta de mim, parecia até um tiroteio do velho oeste. Assim que a
Muniz me notou entrando no "modo trabalho", se afastou sem dizer
uma palavra e me deixou lá sozinho. Acho que até dei um leve sorriso quando ela
me deixou fazer as minhas coisas.
Quando consegui me concentrar, encontrei exatamente o que estava procurando. Absolutamente
nada! Mesmo fazendo um mergulho profundo em sua família, amigos e redes sociais,
não havia uma única informação que me interessasse. Todas as pessoas pareciam
impecáveis e não tinham nem sequer uma multa de trânsito.
Quando revisei alguns
dos documentos mais detalhados, notei uma tendência entre os entrevistados.
Todos eles faziam as mesmas coisas que a Carol costumava fazer, tudo era
praticamente igual. Tranquila, educada e nunca fez nada demais além de participar de um grupinho de
namorados. Se eu não soubesse, acharia mesmo que eles nem sabiam que ela
existia. Quase parecia que eles estavam falando de uma adolescente genérica. A
única pessoa que tinha um pouco mais a dizer era o dono de um restaurante
italiano. Ele mencionou que ela e sua família frequentavam muito o lugar e que
Carol parecia muito próxima de seus pais. Ao contrário de um adolescente
típico, ela os respeitava. A relação era tão forte que ela não parecia estar
saindo com elas apenas para “garantir” mais tempo no celular, como os outros. Se todas as
crianças se fossem assim... mas, eu tinha minhas dúvidas.
De qualquer forma, era
uma informação muito útil. Tive uma ideia mais clara de como era a Carol. Enquanto eu ainda
fazia minha investigação sobre os fatos, já sabia o que estava procurando. Eu
estava procurando a coisa ou pessoa que ficou fora dessa tranquilidade.
Eu sabia que não ia
conseguir isso falando só com as pessoas que estavam acostumadas a ver o lado bom dela. Na
manhã seguinte, eu estava bebendo café quente no escritório da diretora da
escola na qual ela estudava, a Sra. Débora.
Eu poderia definir a
Sra. Débora como uma pessoa sem sentido. Ela na verdade era um tanto
mesquinha. Sua língua afiada traia a imagem da velhinha doce e gentil, que você
poderia facilmente confundir à primeira vista.
- Eu já falei com a
polícia. Então não sei por que você está aqui. - Ela disse, acenando para mim.
- E eu entendo isso,
Sra. Débora. - Eu comecei. - Mas eu só gostaria de fazer algumas perguntas de
acompanhamento, se você não se importa.
Isso deve a ter
ofendido, porque ela parou de digitar no computador e me deu um olhar como quem
dizia: "Você está falando sério". Eu podia dizer através de suas
lentes escuras que ela estava revirando os olhos, e ela fez questão de dizer
suas próximas palavras lentamente,
- EU. NÃO. SEI. O QUE.
ACONTECEU. Eu só sei que vocês são LENTOS e que isso deve ser algo bem simples.
Sendo um detetive negro
em uma área “não muito negra”, você sempre espera que algumas pessoas te tratem
de forma diferente, mas ela... sua "franqueza" me pegou desprevenido.
Por mais que eu
quisesse xingá-la e lembrá-la que eu não dou a mínima para o que ela seja
porque eu ainda sou um policial, eu realmente precisava da informação dela. Optei
por sorrir e forcei uma risada falsa.
- Olha, eu realmente
não quero tomar muito do seu tempo. Se você diz que não sabe nada sobre o
desaparecimento dela, então tudo bem. Mas certamente você sabe se ela teve
algum problema. Talvez algum tipo de briga com um professor ou colega de
classe?
Para manter sua imagem,
ela realmente parou para pensar por um momento.
- Seu professor de
história, Sr. Fábio. Ele mencionou o nome dela algumas vezes, e eu achei
estranho porque ela nunca teve problemas em nenhuma outra classe. Talvez ele
saiba de alguma coisa.
Bingo. Uma dica de um
furo nessa vida “perfeita”. Então ela continuou.
- Se você voltar no
horário de almoço, deve encontra-lo na sala 2105. - Ela voltou a atenção para
o computador.
Sua mão acenou
freneticamente em direção à porta, significando que ela tinha feito sua parte
em me colocar na direção certa e que eu precisava deixá-la em paz.
Peguei a informação e
caminhei em direção à saída, mas não pude evitar de parar na porta para falar
uma coisa.
- Você sabe, eu sempre
fui o garoto mais “rápido” da minha série. Embora quando se está na casa dos
trinta anos, eu acho que você não é mais tão rápido como costumava ser. Mas,
sei que isso é algo que você descobriu há muitas décadas. Trágico...
E com isso, eu
escorreguei pela porta, só olhando para trás para ver o olhar de pura raiva que
ela tinha estampado em seu rosto.
Exatamente às 12 horas,
voltei para o meu encontro com o Professor Fábio. Entrei na sala de aula toda
bagunçada e notei um homem mais careca escondido atrás de sua mesa com uma
pilha de papéis ao lado dele. Esperei um momento na porta, mas foi só quando
limpei minha garganta para chamar a atenção dele que ele notou e olhou para
mim.
- Oh! - Ele disse assustado,
pulando um pouco em seu assento. - Peço desculpas, eu não vi você aí. Você deve
ser o detetive “idiota” que me disseram que precisava falar comigo.
- Detetive idiota? -
Eu ri - Talvez de segunda a domingo, mas fora isso, juro que sou o cara mais
legal do mundo!
Ele riu, e o humor
parecia levantar um pouco
- O que posso fazer por você, detetive, uh...?
- Cesar. Detetive Cesar Ferraz - Eu disse, puxando uma cadeira de uma mesa próxima enquanto abria o
aplicativo de notas no meu telefone - Você é o professor de história da Carol Dias, certo? Presumo que tenha ouvido a notícia do desaparecimento dela. Há
alguma coisa que você pode me dizer sobre ela?
Ele pensou por um
momento.
- Não, nada demais.
Carol é uma ótima aluna. Faz todos os trabalhos, aparece na hora certa, tira
boas notas.
- Tudo isso parece
torná-la até melhor do que apenas uma boa aluna, não? Eu ouvi de minhas fontes
que ela é uma aluna nota 10, então quer dizer que ela certamente é ainda melhor
do que isso.
Ele deu de ombros.
- Eu acho que nada de
importante separa a Carol dos alunos mais inteligentes na minha opinião.
- Nada de importante?
Fale-me sobre as coisas menores, então.
- Realmente apenas
algumas coisas disciplinares. Ela é conversa muito durante a aula, e eu tive
que ter algumas conversas sobre disciplina.
- Tudo o que eu li
sobre ela diz que ela é uma menina tranquila. Parece um pouco estranho que ela
seria uma tagarela em sua classe de repente.
- Não que eu não
acredite em você. Mas as coisas mudam quando seu melhor amigo está em sua
classe.
- Melhor amigo? Você
tem o nome dessa pessoa?
- Sim, Júlia Costa.
Dezesseis anos, cabelo loiro, sardas, olhos verdes, acho que ela nada com a
Carol no clube de natação.
Curiosamente, Júlia
não estava em nenhum relatório que eu tinha lido. Como poderíamos ter perdido
sua melhor amiga? Eu queria avançar nesse fato, mas um professor de 50 anos não
tinha muita visão da vida pessoal dessas crianças.
- Júlia Costa? - Eu
perguntei - Pelo que entendi, ela não é alguém que eu conheça para estar no principal
grupo de amigos da Carol, e ainda assim elas ficam conversando a aula inteira?
- Elas parecem muito amigas
na aula, isso é tudo que posso dizer. - Ele disse - Se elas conversam mesmo ou
não fora disso eu realmente não sei dizer, mas sempre presumi que elas eram
próximas.
O poço de informação
lá estava secando. Depois de mais algumas perguntas, agradeci ao professor
Fábio por sua ajuda e comecei a voltar para o carro. Na saída, enviei mensagens
de texto aos meus oficiais na delegacia para encontrar todas as informações que
puderam sobre Júlia Costa. Também pedi que verificassem as pessoas que
entrevistamos para ver se eles a reconheciam.
Quando a noite chegou,
eu tinha tudo o que precisava. Uma localização e todo o conhecimento de
profundo para continuar o caso.
Julia tinha uma
história e tanto. Tráfico de drogas, fugas, várias suspensões na escola, e uma
longa lista de outros delitos menores. Ela era uma jovem no caminho errado. Não
é exatamente alguém com quem você esperaria que Carol fosse amiga. E
aparentemente, não era alguém com quem a família dela esperava qualquer
proximidade.
Em uma entrevista que um
dos meus oficiais fez, eu soube que Carol e Júlia eram amigas na escola, mas os
pais de Carol desaprovaram a amizade e pensaram que as duas nem se falavam
mais. Até os amigos íntimos dela não sabiam que elas ainda eram amigas.
Esta foi a anormalidade.
A coisa que ficou estranha. E provavelmente a chave para encontra-la.
Às 7h, eu estava batendo
na porta dela e mostrando o distintivo. Tendo visto esse tipo de coisa muitas
vezes antes, os pais de Júlia não fizeram muito barulho quando eu disse que precisava
falar com ela em particular.
Nos minutos seguintes,
a jovem já estava sentada na minha frente na sala de estar, aparentemente
tentando fazer meu coração parar com seu olhar. Claro que a última coisa que
ela queria fazer era falar com a polícia, mesmo que a vida de sua amiga
corresse perigo.
- Seja lá o que for,
não fui eu. - Ela disse sem nenhum sinal de emoção em sua voz e simplesmente olhou para mim com os braços cruzados.
- Bem, eu acho que meu
trabalho aqui está feito então. - Eu brinquei.
Não havia sequer um
sinal de um sorriso na cara da menina. Limpei minha garganta e segui:
- Certo, olha. Tudo o
que me importa é encontrar a Carol, e eu tenho razões para acreditar que você
pode me ajudar com isso.
Ela zombou.
- Por quê? Não tive
nada a ver com o que aconteceu. Talvez você devesse procurar a pessoa que é
realmente responsável.
Obviamente, eu não
estava conseguindo o que queria e precisava tentar uma estratégia diferente.
- Isso é justo. Olha,
eu acredito em você, e eu não estou aqui para colocá-la em qualquer problema.
Só quero saber algumas coisas que não acho que outras pessoas estejam dispostas
ou capazes de me dizer. O que quer que diga não será usado contra você, só
preciso realmente da sua ajuda.
- E como eu sei que
você não está apenas dizendo isso para me fazer falar?
- Porque você tem a
minha palavra de que se você for pega por qualquer coisa no futuro, eu estarei
em um canto defendendo você. Eu sei que você teve uma vida difícil, e
certamente seria mais fácil se você tivesse alguém te ajudando lá de dentro,
não?
Ela levantou uma
sobrancelha sobre o que eu disse e pensou um pouco. Eu poderia me gabar que a
minha proposta despertou seu interesse.
- Eu ainda não sei
como eu posso ajudar.
Rapidamente puxei meu
aplicativo de notas e respondi.
- Tudo o que eu
preciso que você faça é me levar pelo caminho certo. Primeiro, por que os pais
da Carol não sabiam que vocês ainda eram amigas?
Ela deu de ombros.
- Nós realmente não
anunciamos nossa amizade. A Carol é muito boazinha, e seria ruim para sua imagem se
fôssemos vistos saindo, mas eu realmente me importo com ela, e nos divertimos muito.
- Então você diria que
eram amigas “secretas”?
- Acho que sim. Nos
vemos só nos fins de semana quando ela não está com os outros amigos.
Principalmente em pontos secretos que conheço ao redor da área.
- E onde seriam esses
pontos?
Ela deu uma leve
risada e pude ver seu corpo relaxando.
- Eu definitivamente
não estou querendo dizer isso, policial. Mas, não importa. Ela não estaria lá
mesmo... Carol tem um péssimo senso de direção. Além disso, ela não teria uma
razão para ir lá sem mim.
- Mesmo assim, uma
jovem que fugiu da vida chata é excitante. Imagino que ela não estava só
visitando. Eu acho que ela também estaria procurando... hum... coisas novas em
sua vida?
- Tanto faz, ela
começou a fumar e a beber um pouco recentemente.
- Sério? Vocês são
menores de idade. Como diabos vocês conseguem drogas?
- A “flor” vem de
muitos lugares - Ela disse com um leve sorriso - Não sei nem dizer exatamente. E
o álcool geralmente é trazido por esse cara com quem estamos fumando.
- Mais um... um
terceiro participante na jogada. – Sussurrei baixinho para mim mesmo. Me
inclinei para prestar mais atenção e perguntei:
- Um cara com quem
você está fumando? Onde vocês se encontram, e qual é o nome dele?
- Nós apenas temos uns
amigos em comum. Acho que o nome dele é, Nando alguma coisa... tem uns dezessete
anos, bem alto, pele meio pálida, círculos escuros sob seus olhos como se não
tivesse dormido bem há semanas. Eu acho que ele frequenta alguma escola por
aqui.
- Ele e a Carol conversaram muito?
- Ela falou um pouco
dele para mim, e eu pensei que havia alguma química lá, mas nada que eu
realmente tenha percebido.
Depois de meia hora
fazendo perguntas padrões e trocando números de telefone, decidi ir embora. Estava
tudo me levando a esse Nando e algo me dizia que ele sabia exatamente onde
Carol estava. De uma forma ou de outra, eu ia tirar essa informação dele.
No dia seguinte assim
que cheguei no escritório comecei a escrever meus relatórios que nem um louco e
tentei fazer minha pesquisa sobre quem esse garoto. Mas, apenas um nome e uma descrição
vaga não foi suficiente. Não havia nada em nossos bancos de dados ajudasse, e
eu estava com medo de ter que parar todas as crianças com o nome começando com
a letra N na área.
Frustrado, decidi sair
para dar uma pausa, mas antes de chegar à porta, esbarrei na Detetive Torres.
- Cesar! - Ela disse
um pouco forte demais - Como está indo o seu caso? Já se passaram alguns dias,
e você sabe o que dizem quando passam de 48 horas. Você não está afrouxando,
não né?
Eu balancei a cabeça e
joguei minhas mãos para cima.
- Estou fazendo
progressos. Acho que estou bem perto agora. Há apenas um pequeno detalhe para
resolver. Depois disso, eu estou liberado para um happy hour.
Ela se inclinou contra
uma parede e bebeu um gole de café.
- Ah, não? E o que é
isso?
- Um garoto chamado
Nando alguma coisa, dezessete anos, bem alto, pele pálida, cabelo escuro,
círculos sob seus olhos. Aparentemente ele é da área, mas eu não tenho ideia de
onde encontrar esse cara.
Ela pensou por um
momento e estalou os dedos. Sem dizer uma palavra, ela saiu. Alguns minutos
depois voltou e fez um movimento para que eu seguisse.
Alguns oficiais
estavam sentados ao redor de um computador com uma foto puxada da ficha de um
garoto.
- Esse é o cara que você
está procurando, detetive? - O mais novo dos dois oficiais perguntou com um sotaque
claramente nordestino - Já nos encontramos algumas vezes com ele. Costumava
fugir de casa e a gente tinha que trazê-lo de volta. Nada demais na ficha
criminal. Fernando Souza é o nome completo.
Esperando ser o cara
que eu estava procurando, tirei uma foto do garoto e enviei para Júlia. Em
poucos minutos eu tive uma resposta confirmando que era realmente o mesmo
garoto.
Meus olhos brilharam
lendo sua resposta. Imediatamente peguei o endereço da escola do Nando com os
caras do computador e saí pela porta da frente, gritando que eu estava devendo
uma a eles.
Eu fiz a viagem da
delegacia para a escola em tempo recorde. No segundo que cheguei fui direto
exigir ao diretor trouxesse o Nando para conversar com ele em alguma sala privada.
Logo de cara percebi
que ele estava nervoso. Nem citei o nome Carol, mas ele parecia saber exatamente por que estávamos sentados um em frente um ao outro.
Sem dizer uma palavra,
queria dar a impressão de que eu já sabia de tudo. Mas, era evidente que eu não
tinha que fazer nada para intimidá-lo. Era como Júlia disse, parecia que ele
não dormia há semanas. Ele era magro, cheirava a cigarros, e não conseguia
fazer contato visual. Mas, apesar desse olhar vago, cabelo despenteado, roupas
largadas e pele pálida, mostrava que ele era apenas uma criança que obviamente
estava lutando com algo muito sério. Não há hematomas visíveis que indiquem que
houve abuso, mas isso não significa que não houve nada acontecendo. De qualquer
forma, algo estava profundamente errado.
- Eu um... não sei por
que estou aqui - Ele começou.
Eu não estava com
disposição para jogos.
- Olha, garoto. Uma
menina está desaparecida, e eu tenho razões para acreditar que você sabe de
algo.
- Por que eu?
Dei um suspiro...
- Me conta como você
conhece Júlia Costa e nada de mentira também. Eu já falei com várias pessoas e
sei toda a verdade aqui, e eu juro que a barra vai ficar feia para você se não começar
logo a me dizer o que sabe.
Ele caiu no blefe.
- Ok! Ok! Ela me
vendeu drogas.
- Que tipo de drogas?
– Perguntei irritado.
- Ah... foi só uma
flor - Ele respondeu baixinho.
- E vocês já fumaram
maconha juntos?
- Às vezes, sim. Por
quê?
- E vocês fumavam só
ou tinha mais alguém junto? E se teve quem era?
- Sim, tinha uma
garota também chamada Carol.
Bingo.
- E você já teve
contato com essa Carol fora o lance de fumar maconha com a Júlia?
Ele começou a engasgar
e contorceu a mão por um momento. Eu podia ver que ele estava analisando se
deveria ou não confessar. Percebi que poderia estar pressionando demais e
resolvi pegar leve.
- Olha, Nando. Eu sei
que isso é difícil, e eu não quero que você se preocupe em se meter em
problemas ou qualquer coisa - Eu me inclinei mais perto e coloquei minha mão no
ombro dele - Mas, agora eu não me importo com nenhuma dessas coisas. Só preciso
descobrir onde a Carol está. Por favor, me ajude a fazer isso.
Ele balançou a cabeça.
- Você não entende,
eu... você não vai acreditar em mim.
Eu me inclinei para
trás na minha cadeira e assumiu um tom mais suave,
- Tenta. Pode começar.
Ele respirou
profundamente e depois mais suave então acenou com a cabeça.
- Eu estou lidado com
alguma... coisa. Não. Algumas... coisas. Essa "coisa" nem me deixa
dormir. Estou com muito medo. Eu... ele disse que me levaria para sua casa
assim como levou outras pessoas a menos que eu lhe desse alguém para ficar no
meu lugar. Ele me visitava todas as noites. Eu sabia que estava cada vez mais
perto de me levar. Isso me lembrou todos os dias do que queria. Comecei a
comprar maconha com a Júlia para me ajudar a dormir, e foi lá que conheci a
Carol. Ela é uma garota muito legal e muito ingênua. Eu podia dizer que ela
estava afim de mim e eu... eu usei isso. Sinto muito por ter feito isso, mas
precisava de alguém para tomar meu lugar. Eu disse a ela que eu conhecia um
lugar legal onde poderíamos ficar, então eu a levei até lá, e é lá que você vai
encontrá-la... na casa dele. Eu prometo que não a machuquei, mas você tem que
ver.
Nada disso fez sentido
para mim. Eu não podia dizer se o Nando estava admitindo assassinato, talvez
com um cúmplice ou se ele estava insinuando algo mais. Eu perdi a noção do
tempo pensando naquilo enquanto anotava tudo porque antes que eu percebesse, o
garoto estava balançando para frente e para trás, chorando e dizendo o quanto
estava arrependido.
Tentei acalmá-lo, mas
sem sucesso. O melhor que pude fazer foi esperar o ataque de pânico dele
acabar, mas mesmo assim, ele só sabia dizer que nunca havia machucado a Carol e
que ele estava apenas fazendo o que podia para sobreviver. Ele estava muito
assustado e parecia não estar pensando direito, mas comecei a pensar que a
aparência dele fazia mais sentido. Tinha sido causado pelo estresse e excesso
de maconha.
Eventualmente,
consegui o endereço para o lugar e peguei todas as informações de contato do
Nando, dizendo-lhe que entraria em contato.
Na saída, levei alguns minutos para tentar
convencer o diretor que ele deveria mandar o Nando para casa por um dia. Por
tudo que aconteceu e por ser apenas um adolescente sob muito estresse. Eu queria
leva-lo à justiça quando chegasse a hora, mas também senti pena por tudo que
ele estava passando.
Ele parecia respeitar
a minha sugestão, mas não sei se realmente fez alguma coisa. De qualquer forma,
isso era uma preocupação secundária. No momento, eu tinha minha localização e
ficava a cerca de 45 minutos de carro, e nada iria me impedir de chegar lá.
Entrei no meu carro e
queimei o pneu no asfalto em direção ao endereço. Não rompi minha atenção na estrada
à minha frente, mas minha mente estava focada apenas em encontrar a Carol, nem
um único outro pensamento passava pela minha cabeça.
Quando finalmente
cheguei à casa abandonada no meio de um terreno aleatório cercado por nada, eu
realmente comecei a temer o pior. Pelo que parece, era uma velha fazenda
abandonada. Eu tinha feito este trabalho tempo suficiente para saber que um lugar sem
nada por quilômetros, seria perfeito para um assassinato.
Mesmo a uma distância
razoável da velha fazenda, eu sentir um odor insuportável. À medida que me
aproximava dele, o fedor só ficava mais forte.
- Que diabos? - Pensei
comigo mesmo quando fui para a porta. Só precisei de um leve empurrão para
abrir. Mas o que eu vi lá dentro eu... Jesus, foi horrível.
A luz de fora penetrou
os vários buracos na fazenda, iluminando vários cadáveres espalhados. A maioria
deles parecia ser animais, mas alguns eram, sem dúvida, humanos, e a maioria
era muito jovem.
- Que tipo de bastardo
doente faria algo assim? - Eu falei comigo mesmo.
Puxei minha arma e
gritei para quem estava lá para sair lentamente com as mãos para cima. Esperei
por trinta segundos e sem resposta. Eu gritei novamente, e ainda sem resposta.
Mas, apesar do silêncio, eu sabia que não estava sozinho.
Até hoje, não sei o
que me levou a fazer isso, mas eu tinha essa indescritível vontade de
olhar para cima. Por um momento, pensei ter visto o que parecia ser uma enorme
aranha de quatro patas correndo pelo teto para um dos quartos do segundo andar.
Meu cérebro não conseguia processar o que eu tinha acabado de ver. Se fosse
mesmo uma aranha... deveria ser do tamanho de urso polar. Tinha que ter
pelo menos uns nove pés, com pernas enormes para compensar o tamanho do corpo.
Mas, quanto mais eu pensava sobre isso, mais eu me questionava, que aranha
tinha pele lisa, com uma cabeça perfeita e com longos cabelos negros humanos?
Com uma minha arma apontada para frente, eu
corri até um conjunto de escadas perigosamente velhas e segui a coisa até o
quarto que eu tinha visto entrar. O que estava diante de mim definitivamente
não era uma aranha. Era uma mulher.
Ela ficou a
aproximadamente uns 3 metros de altura pelo que pude ver quando olhei. Seu
corpo era magro, pele cinza e braços soltos que se arrastavam atrás dela pelo
chão. Mas, não foram apenas as proporções impossíveis do corpo dela que me
aterrorizaram. O seu rosto... sem olhos e com lábios emborrachados. Os cantos
do queixo estavam caídos com uma cara totalmente distorcida. Dentro da boca ela
parecia estar chupando o que eu acho ser um crânio e sua longa língua cinzenta
enrolada inteiramente em torno dele com uma saliva leitosa e viscosa pingando enquanto
ela o movia lentamente. Eu queria vomitar só de ver ela.
Meu corpo estava
congelado de medo. Eu não sabia o que fazer ou como reagir. Por um momento, nós
apenas nos olhamos até que eu ouvi uns gemidos. Tirei meus olhos do monstro e
olhei para onde vinha o som. No mesmo quarto havia uma jovem. Uma que eu
reconheci. Carol Dias. Ela estava deitada no chão, com os olhos rolando para a
parte de trás da cabeça. Ela estava coberta de sujeira. Finalmente a encontrei.
Mas, eu sabia que essa coisa não me deixaria levá-la comigo.
Tive que tomar uma
decisão rápida. Era agora ou nunca. Eu disparei vários tiros na coisa e corri
em direção a garota para agarrá-la e dar o fora. Mas, só depois de dar alguns
passos à frente, eu senti que estava voando para trás e batendo de volta no
chão. Apesar de sua “falta de músculo” aparente, aquela coisa tinha uma força descomunal. Tentei achar minha arma, mas ela pegou onde tinha caído e
jogou em um canto escuro. Agora, eu estava totalmente indefeso.
Antes de perceber o que tinha acontecido, senti os dedos gelados da mulher enrolados na minha garganta. Ela me
levou para o primeiro andar e me bateu contra as lascar da parede. Eu lutei
para respirar contra o poder dela, e quando minha visão começou a embaçar, pude
ver seu rosto cinzento e inchado chegar perto do meu.
Ela só falou duas
palavras com uma respiração podre e sua voz profunda me fizeram tremer até os
ossos.
- Caia. Fora.
Eu sabia que ela não
ia me falar isso de novo. E, para ser sincero... eu não tinha meios de me opor.
Dei uma olhada no quarto do segundo andar e vi Carol olhando para mim com
lágrimas nos olhos.
E o que eu fiz? Eu
gostaria de dizer que fiquei, e como um bom policial, lutei contra o monstro e
fiz a coisa certa. Mas, não... eu fugi. Corri como um covarde com o rabo entre
as pernas.
O medo do momento e
daquela "coisa" maldita era demais. Eu nem olhei para trás até estar
trancado no meu carro e pedindo reforços. Todos notaram o
desespero na minha voz enquanto implorava para me salvarem daquele monstro.
Levou um tempo para
eles chegarem. E o tempo todo, eu estava tentando processar o que diabos tinha
acontecido. Quando os policiais chegaram, eu contei tudo e eles apenas olharam
para mim em descrença. Quando percebi que não acreditavam em mim, disse-lhes
para atirarem em qualquer coisa que vissem lá dentro, exceto na garotinha.
Eu vi quando eles
entraram dentro da casa, mas nenhum senso de conforto veio sobre mim. Momentos
depois, vi uma viatura familiar parar ao meu lado e uma voz grave gritar o meu
nome.
- Chefe? O que você
está fazendo aqui? – Perguntei quando percebi quem era.
Ele mexeu nervosamente
nos bolsos por um tempo e depois sacou um isqueiro e um cigarro, incendiando a
ponta enquanto respondia.
- Eu queria ver
este... monstro pessoalmente. Você está uma merda, Cesar. O que diabos
aconteceu?
Flashbacks daquela coisa
horrível passou pela minha cabeça, e eu a sacudi, repelido aos pensamentos.
- Eu encontrei a
garota, e... outra coisa. Olha, tudo estará no meu relatório amanhã. Mas,
quando os oficiais matarem o que diabos está lá, você precisa vê-lo com seus
próprios olhos.
Ele olhou para mim por
um momento tragando seu cigarro. Eu não conseguia lê-lo. Tudo o que eu podia
ver era que o olhar em seu rosto não era de descrença, mas algo mais. Pena,
talvez? Eu nunca vou saber. De qualquer forma, ele ignorou medos e simplesmente
disse:
- Vá para casa, Cesar.
Nós cuidaremos das coisas daqui. Você trabalhou duro no caso, e parece que você
foi espancado. A detetive Torres entrará em cena em breve para amarrar pontas
soltas.
Fiquei chocado e me vi
falando um pouco mais alto do que eu esperava.
- O quê? Não! Eu tenho
que ver essa coisa morrer! Eu tenho que ter certeza de que a Carol está bem!
O olhar dele mostrava
que não ia ter nenhuma discussão.
- Não, Cesar. Você
está indo para casa. Nós cuidaremos de tudo. Você tem a minha palavra.
Eu queria fazer alguma
coisa. Eu queria gritar e dizer que isso era besteira, mas eu sabia o meu
lugar, e sabia que não tinha posição nem força para encarar o problema. Contrariado,
entrei no meu carro e fui para casa com raiva do mundo.
Aquela noite foi
terrível. Não conseguia parar de pensar naquele monstro com quem fiquei cara a
cara ou na conversa com o Nando que agora fazia todo o sentido. A coisa estava
caçando ele. E foi inteligente o suficiente para fazê-lo sacrificar outra
pessoa em seu lugar. Eu também não conseguiria dormir se soubesse que aquela
coisa viria atrás de mim. Inferno, explica porque ele fugia de casa também. Ele
provavelmente estava tentando ficar o mais longe possível dela. Ainda assim,
ele sabia que nunca teria paz até que ele levasse outra pessoa.
Mas, por quê? Por que ela não comia o garoto? Por que importava quem era se
estava com fome? Era só gostar de foder com as pessoas? Tinha algum tipo de
mente doentia que combinasse com sua aparência ainda mais doente? Quem me dera
saber.
No dia seguinte,
tentei me manter o mais normal possível. O dia estava bonito, embora eu tenha
me assustado algumas vezes, pensando que mulher estava na minha casa.
Então fui para o
trabalho. E terminei meu relatório em tempo recorde. Eu queria entregá-lo ao
meu chefe pessoalmente para quem sabe ele pudesse me contar sobre o que
aconteceu no dia anterior. Mas, em resposta, ele simplesmente me pediu para fechar
e trancar a porta.
- Sente-se, Cesar. -
Ele disse calmamente. E eu fiz.
- Olha, eu aprecio que
você fez o seu trabalho. Você é um ótimo policial. Mas, vou falar o que vai
acontecer. Eu conheço você. Você é um cara honesto. Você quer fazer as coisas
da maneira certa e seu relatório vai refletir isso. Não é?
- Eu... sim - Respondi
com cautela.
- Eu respeito isso.
Mas, este relatório na minha mesa não existe.
Ele tirou todos os
documentos da mesa dele.
- Este vai ser o relatório
que você fez hoje e me entregou pessoalmente. Você falou com o Nando, ele disse
que a Carol tinha conseguido umas drogas diferentes e encontrado um lugar para
usá-las. Mas, foi morta por um agressor desconhecido, e que a fazenda onde tudo
aconteceu foi incendiada. Provavelmente por um sem-teto acidentalmente. Isso soa
mais realista, não é?
O que ele estava me dizendo?
Meu sangue estava fervendo, e foi preciso tudo ao meu alcance para me controlar
e não dar um soco na cara dele.
- Senhor, isso não é
tudo o que aconteceu. A garota estava viva quando a vi e havia muitos policiais
armados que entraram para salvá-la.
Ele acenou com a
cabeça.
- E o quê?
Eles foram lutar contra uma criatura mitológica como super-heróis?
- Você estava lá! Não
tem como eles não terem visto! Não há nenhuma maneira de você não ter visto! -
Eu estava começando a enfraquecer.
Ele suspirou e
inclinou-se para trás em sua cadeira.
- Eu estava lá, e eu
vi sim. Olha, não temos porque mentir. Cesar, há... coisas lá fora. Coisas com
as quais somos completamente incapazes de lidar.
- Então corremos e nos
escondemos? - Eu surtei.
- Não foi isso que
você fez? - Ele respondeu calmamente.
- Eu... - Ele estava
certo.
Suas palavras pareciam
como uma facada na minha barriga. O que eu poderia dizer?
- Mas não é isso o que
fazemos! Eu errei.
Ele respirou bem alto.
- Digamos que as
pessoas não vão acreditar em nós. Nós vivemos em um mundo onde as pessoas simplesmente não aceitam que essas coisas que batem em nossa porta à noite são reais, mesmo
se provarmos que é verdade. Nós seriamos encarados como loucos que não estão
fazendo seu trabalho. Mas, vamos fingir por um momento que não seria esse o
caso. O que você espera que façamos? Quer prender algo como ela? Mantê-la na cadeia
com todos os outros criminosos? Cesar, acha que só incendiar aquela fazenda a
matou? Porra, não. Só a assustei. Nós literalmente não temos a capacidade de
lidar com coisas assim. Então, qual é o próximo passo? Pare de pânico. Mova
essas coisas para os locais mais obscuros que pudermos e opere como se as coisas
fossem normais e siga em frente. Focamos nos crimes reais com aqueles que
podemos lidar.
Fiquei sem palavras.
Meu próprio chefe estava me dizendo para esquecer que uma família tinha perdido
uma filha porque ele não achava que havia algo que pudéssemos fazer para
ajudar. A única coisa que me restou foi perguntar:
- Você sabia?
Ele ficou em silêncio
por um momento e disse:
- Eu tinha um palpite.
Já vi casos como esse antes. Depois de falar com alguns outros condados sobre
desaparecimentos semelhantes, os sinais apontavam para esse caso. Quando você
ligou freneticamente, eu queria confirmar tudo para mim. Cesar, você fez um
bom trabalho. Este era um problema que precisávamos resolver por um tempo. E
eu...
- E se ela atacar de
novo? - Eu interrompi.
- Então nós daremos
outro jeito, eu suponho. Olha, você vai estar em alguns casos fáceis por um
tempo. Você merece uma pausa, e eu não quero que você veja mais nada traumatizante,
mesmo em casos normais, por um tempo. Mas, eu estou exigindo que você encare
isso como um presente. Confie em mim.
Sem dizer uma palavra,
eu acenei com a cabeça e saí. Eu nunca disse um pio para ninguém. Eu nunca
falei sobre isso com outros os oficiais que eu sabia que estavam lá.
Mal sabia eu que me
tornaria uma pessoa confiável nesses casos. Alguém bom o suficiente para
investigar e confiável o suficiente para não dizer nada. Mas, foi difícil
conviver com isso. Conhecendo as partes mais confusas e aterrorizantes do nosso
mundo. As criaturas com quem vivemos diariamente fazem coisas horríveis,
enquanto as pessoas que juram nos proteger não fazem nada. Foi uma fonte
significativa de conflito e que eventualmente me levou a desistir.
Mas, essas histórias
sempre ficarão comigo. Para sempre queimado em minha memória como momentos
marcantes da minha vida. Quando chegar a hora, eu vou compartilhar mais desses
casos com vocês, mas por enquanto, lembre-se, se você ouvir algo bater na sua
porta à noite, não pense que isso é nada... que não pode chegar e arrastá-lo para longe. Se
protejam como puderem e fiquem seguros!
Créditos: História de Bryan A Young
Retirada do site creepypasta.com
Tradução e Releitura exclusiva do Blog Contos de Undon
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